AO MINISTÉRIO PÚBLICO: NESTLÉ MATA ÁGUA MINERAL EM SÃO LOURENÇO/MG
Há alguns
anos a Nestlé vem utilizando os poços de água mineral de São Lourenço para
fabricar a água marca PureLife.
Diversas organizações da cidade vêm combatendo a
prática, por muitas razões.
As águas minerais, de propriedades medicinais e baixo
custo, eram um eficiente e barato tratamento médico para diversas doenças, que
entrou em desuso, a partir dos anos 50, pela maciça campanha dos laboratórios
farmacêuticos para vender suas fórmulas químicas através dos médicos. Mas o
poder dessas águas permanece. Médicos da região, por exemplo, curam a anemia
das crianças de baixa renda apenas com água ferruginosa.
Para fabricar a PureLife, a Nestlé, sem estudos sérios
de riscos à saúde, desmineraliza a água e acrescenta sais minerais de sua
patente. A desmineralização de água é proibida pela Constituição.
Cientistas europeus afirmam que nesse processo a Nestlé
desestabiliza a água e acrescenta sais minerais para fechar a reação. Em outras
palavras, a PureLife é uma água química. A Nestlé está faturando em cima de um
bem comum, a água, além de o estar esgotando, por não obedecer às normas de
restrição de impacto ambiental, expondo a saúde da população a riscos
desconhecidos. O ritmo de bombeamento da Nestlé está acima do permitido.
Troca de dutos na presença de fiscais é rotina. O
terreno do Parque das Águas de São Lourenço está afundando devido ao
comprometimento dos lençóis subterrâneos. A extração em níveis além do aceito
está comprometendo os poços minerais, cujas águas têm um lento processo de
formação. Dois poços já secaram. Toda a região do sul de Minas está sendo
afetada, inclusive estâncias minerais de outras localidades.
Durante anos a Nestlé vinha operando, sem
licençaestadual. E finalmente obteve essa licença no início de 2004.
Um dos brasileiros atuantes no movimento de defesa das
águas de São Lourenço, Franklin Frederick, após anos de tentativas frustradas
junto ao governo e à imprensa para combater o problema, conseguiu apoio, na
Suíça, para interpelar a empresa criminosa. A Igreja Reformista, a Igreja
Católica, Grupos Socialistas e a ONG verde ATTAC uniram esforços contra a
Nestlé, que já havia tentado a mesma prática na Suíça.
Em janeiro deste ano, graças ao apoio desses grupos,
Franklin conseguiu interpelar pessoalmente, e em público, o presidente mundial
do Grupo Nestlé. Este, irritado, respondeu que mandaria fechar imediatamente a
fábrica da Nestlé em São Lourenço. No dia seguinte, no entanto, o governo de
Minas (PSDB), baixou portaria regulamentando a atividade da Nestlé. Ao invés de
aplicar multas, deu-lhe uma autorização, mesmo ferindo a legislação federal.
Sem aproveitar o apoio internacional para o caso, apoiou uma corporação privada
de histórico duvidoso.
Se a grande imprensa brasileira, misteriosa e
sistematicamente vem ignorando o caso, o mesmo não ocorre na Europa, onde o
assunto foi publicado em jornais de vários países, além de duas matérias de
meia hora na televisão. Em uma dessas matérias, o vereador Cássio Mendes, do PT
de São Lourenço, envolvido na batalha contra a criminosa Nestlé, reclama que
sofreu pressões do Governo Federal (PT), para calar a boca. Teria sido avisado
de que o pessoal da Nestlé apóia o Programa Fome Zero e não está gostando do
barulho em São Lourenço.
Diga-se também que a relação espúria da Nestlé com o
Fome Zero é outro caso sinistro. A empresa, como estratégia de marketing,
incentiva os consumidores a comprar seus produtos, alegando que reverte lucros
para o Fome Zero. E qual é a real participação da Nestlé no programa? A
contratação de agentes e, parece, também fornecendo o treinamento.
Sim, é a mesma famosa Nestlé, que tem sido há décadas
alvo internacional de denúncias de propaganda mentirosa, enganando mães pobres
e educadores, para substituir leite materno por produtos Nestlé, em um dos
maiores crimes contra a humanidade.
A vendedora de leites e papinhas “substitutos” estaria
envolvida com o treinamento dos agentes brasileiros do Fome Zero, recolhendo
informações e gerando lucros e publicidade nas duas pontas do programa:
compradores desejosos de colaborar e famintos carentes de comida e informação.
Mais preocupante: o Governo Federal anuncia que irá alterar a legislação,
permitindo a desmineralização “parcial” das águas. O que é isso? Como será
regulamentado?
Se a Nestlé vinha bombeando água além do permitido e a
fiscalização nada fez, como irão fiscalizar agora a tal desmineralização
“parcial”? Além do que, “parcial” ou “integral”, a desmineralização é combatida
por cientistas e pesquisadores de todo o mundo. E por que alterar a legislação
em um item que apenas interessa à Nestlé? O que nós, cidadãos, ganhamos com
isso?
É simples. Sabemos que outras empresas, como a
Coca-Cola, estão no mesmo caminho da Nestlé, adquirindo terrenos em importantes
áreas de fontes de água. É para essas empresas que o governo governa? Uma
vergonha !!!
Colabore. Transmita estas informações para outras
pessoas e não consuma o que prejudica a saúde.
www.circuitodasaguas.org
Um comentário:
ô pessoal...a unica coisa que posso ajudar,é não comprar mais produtos dessa empresa corrupita...
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